segunda-feira, 22 de abril de 2019

Como medir algo latente? A ciência empírica do Ser

Há muitos anos, li uma estória escrita pelos sábios que, pelo que recordo em minhas palavras, dizia resumidamente: 
"Quando somos concebidos, a lei de Deus está em nosso âmago. Quando começamos a ter consciência, ela nos é retirada, porém, de alguma forma, seus lapsos ficam em nossa essência, e isto fica à espera de ser despertado". 
Observando o mundo que gira em torno de mim, vejo de diversas maneiras ações que poderiam ser chamadas de "boas", "dignas", "humanas", "misericordiosas", "gentis", enfim, ações que se relacionam e formam um constructo, em outras palavras, adjetivam algo ainda sem nome, um amontoado de ações que nos fazem descrever uns aos outros.

Indo um pouco para o campo da Matemática, especificamente Estatística, observo um fenômeno interessante. Quando aplicamos qualquer modelo estatístico, sempre procuramos quais variáveis significam mais para o modelo. Geralmente, uma variável a mais, que se correlacione de forma a contribuir, sempre aumenta o poder de um modelo, tornando-o mais representativo. De outro modo, sempre existirão variáveis que não contribuem, logo podem ser descartadas.

Muito resumidamente, este modelo estatístico gerado, construído por correlações de variáveis, é considerado algo de efeito quando se tem certeza, ou ao menos se considera, que não foi gerado por viés, mas sim construído de forma aleatória.

Voltando ao nosso mundo real, há anos meus pensamentos lutam contra meu viés. Existem duas pessoas dentro de mim se esfaqueando tentando criar uma verdade que me dê paz. Acho que desde que entendo ter consciência, procuro achar Deus em todos os fatos e atos, porém o viés religioso me faz criar padrôes que às vezes escondem as respostas que procuro.

Se pelo advento da nova aliança em Yeshua nos tornamos manuscritos vivos, um reflexo cada vez mais próximo do Deus vivo, por quê continuamos enviesados por doutrinas que tiram a liberdade do Espirito que deseja agir em nós?

Eu posso dizer que escutei muito e estudei muito o que dizem judeus e cristãos, mas a cada dia entendo a frase: "a letra mata". Sei que a letra não mata por ser letra, pois toda hipótese precisa de uma ciência para embasa-la. Contudo, a cada dia usamos a letra para julgar o nosso derredor e tornar mais difícil a vida dos outros e nossa própria vida.

Eu decidi viver no mundo do aleatório, aonde pelas ações dos que interagem em meu mundo, eu possa encontrar fatores que possam ser denominados como Ações Divinas.

Decidi considerar inúteis rituais e scripts doutrinários. Decidi escrever meu pensar e este grita que não aguenta mais ver os shows litúrgicos que estão matando as almas que precisam de vida e não de um clube de amigos.

Tenho consciência que o fim de tudo é Yeshua e que sem Ele as ações não nos levarão ao objetivo maior da alma. Porém, tenho fé que nas boas ações de cada pessoa neste mundo está contido o lapso escondido da Torá de Deus que nasce em cada um de nós.

Em minha concepção de mundo, ainda que utópica, o fator maior do amor de Deus um dia a todos encontrará.

Abraços

Rubens Rodrigues

Nenhum comentário:

Postar um comentário