domingo, 9 de setembro de 2012

O Dízimo da Mente

Shalom a todos,

Hoje, quando eu estava a caminho do escritório, me peguei pensando em diversos assuntos correlacionados a Justiça. Logo penso que, uma vez que D’us se torna a nós aquilo que necessitamos em algum respectivo momento, haja vista que o Salmista compartilha: “Adonai é meu pastor, tenho tudo que necessito”; creio que Ele supre nossa mente e coração nestes momentos em que uma palavra, uma conversa ou uma relação faz-se necessária para que nossos questionamentos sejam supridos com a Verdade do Altíssimo.

Quando o povo de Israel vagava no deserto, e sabemos que isto foi comum durante centenas ou milhares de anos, havia a necessidade extrema de seguir regras e preceitos para que o povo prevalecesse mediante todas as dificuldades encontradas durante o processo de viver. Por obrigação ou necessidade, a unidade era necessária, uma vez que a vida de uma pessoa estava diretamente ligada ao que outra pessoas decidisse fazer para viver. Para que a harmonia e qualidade de vida pudesse existir, ainda que em aspectos mínimos, uma parte da minha vida deveria ser dedicada para que a vida ao lado pudesse existir.

Creio que, a maior prova dessa teoria, foi a aplicabilidade do dízimo na legislação judaica através da Lei de Moisés (repassada por D’us). Para que a sociedade prevalecesse, era de extrema necessidade que os bem sucedidos compartilhassem uma parte do que tinham para que os menos favorecidos pudessem, no mínimo, ter suprimentos e uma dignidade no meio do povo. Tenho uma teoria que diz que o dízimo é bilateral: Ao mesmo tempo que a pessoa que recebe é beneficiada pela benevolência de outrem, sendo então suprida pelo estatuto divino, a pessoa que o dá é beneficiada pelo desapego ao materialismo e a prática do amor que doa. Em minha opinião, isto é tão importante a ponto do Profeta Malaquias declarar que a falta desta prática pode ser considerada roubo a D’us, uma vez que é instituição Divina que uma parte daquilo que é dEle e Ele nos concede, seja utilizada para gerar equilíbrio entre a escassez e a abundância.

Partindo desta tese, Shaul (Paulo) diz aos colossenses na região turca que estas coisas, ou seja, os estatutos, as festas, as ordenanças, dentro tudo o quanto D’us instituiu ao seu povo no passado, são sombras às coisas futuras, cumpridas no corpo do Messias. Portanto, tais coisas dão forma a plenitude do caráter divino e são aprofundadas por Yeshua quando o mesmo aprofunda cada mandamento indagando sua abrangência espiritual.

Vivemos em um mundo injusto, porém temos um trabalho a cumprir. Embora temos objetivos no mundo e isto seja natural, isto não isenta nossa responsabilidade na constituição do Reino de D’us na Terra. Qual é o tempo que temos gasto em trabalho efetivo para que isto aconteça? Em que temos colaborado com a sociedade para impor a Legislação dos Céus? Temos suprido os levitas, viúvas e órfãos com a décima parte do nosso tempo para que alimentemos seus corações? Temos, de fato matado a fome do necessitado e vestindo os que estão com frio?

Enfim, um ser que nasce do Espírito e adquire a mente de D’us, este possui Sua natureza. E, se na metáfora de nossa vida saibamos da verdade de que D’us amou o mundo de tal maneira (o ímpio e o humilde) que entregou seu Único Filho, para que todo aquele que nEle crê, não pereça, mas tenha a vida eterna, logo adquirimos a consciência daquilo que devemos fazer para cumprir nossa missão.

Que o Eterno D’us, e Único D’us, de Abraão, Isaque e Jacó vos abençoe, no nome de seu Filho Yeshua.

Rubens Rodrigues
09-09-2012


domingo, 18 de março de 2012

K’doshim (Povo Santo)



K’doshim tihiu ki kadosh ani Adonai Elocheichem (“Sede santos, porque Eu sou santo, o Eterno vosso D’us) – Lev. 19:1-2)


Ser santo é ser separado, cortado, sem vestígios, da parte a qual fazíamos parte (mundo), para que seja possível, novamente, a comunicação com o ETERNO. Ser santo é MANDAMENTO, é o molde do cidadão dos Céus.


Afinal, MANDAMENTO é algo que torna a liberdade paradoxa na esssência da linguagem. Porém, a alma o define como os limites da vida livre, uma vez que há a necessidade de ordem para que as coisas caminhem nos eixos. No passado Ele disse: "A Terra era informe e vazia", logo a "Luz" existiu e se separou das "Trevas". Em suma, não existe abertura para viver ao lado de D'us e, ao mesmo tempo, andar no obscuro da face do Abismo.

Há alguns que dirão: "Vivo nos costumes de Kena'an (Canaã), afinal para lá fui levado por meu D'us". Logo outros acrescentam: "Estou no Egito, sirvo ao Eterno na terra do Nilo". De fato, a humanidade vive nesse dilema e tenta justificar-se vivendo as próprias regras no cabresto denominado Religião, que é a parte do corpo que cria a Visão, levando a multidão a caminhar aos olhos de um sonhador.

[...]"HAJA LUZ"; e houve Luz, D'us viu que a Luz era boa, e D'us separou a Luz das trevas. D'us chamou à Luz Dia, e às trevas chamou Noite[...]

De fato, a Luz é separada das Trevas, logo quando a Luz caminha na Noite, ela clareia a vergonha da escuridão. Não há mistura entre as duas naturezas, uma vez que são completamente opostas. A riquiza do hebraico escreve a palavra K'doshim do radical KAD, logo ser santo é a radicalização de ser separado, cortado, totalmente para D'us.

Em Vaykrá (Levítico), Adonai prescreve uma série mandamentos focados à santidade, tais como:

  • Honra aos pais;
  • Guarda do Sábado (Vide que Yeshua o guardava e isso é MANDAMENTO de D'us, que poder tem a Igreja sobre isso?);
  • Fazer caridade a viúvas, estrangeiros e pobres;
  • Não furtar, não mentir, não ser falso;
  • Não jurar em falso pelo nome de D'us;
  • Não fazer acepção de pessoas;
  • Não andar com fofoqueiros;
  • Não odiar o irmão, mas repreendê-lo;
  • Ser testado e provado nos frutos;
  • Não fazer lacerações na carne nem marcá-la;
  • Não comer nada com sangue;
  • Não praticar advinhação nem predição do futuro;
  • Não procurar médiuns de espíritos ou feiticeiros, não se maculem com eles;
  • Tratar os estrangeiros chegados ao povo como se fossem da família;
  • Não adulterar, não ser pervertido, não cometer abominações sexuais.
... dentre diversos outros mandamentos implícitos nos mesmos. O fato é que, tais mandamentos interferem em nosso nível de santidade.



Olhamos a nossa volta e vemos diversos lábios proferindo o nome de D'us ou pseudo falando em nome d'Ele. De fato a boca fala do que o coração está cheio, porém as águas que brotam do mesmo, podem ser de Elohim ou Samael. Logo, a falta de santidade é permissiva e divinamente ironizada pelo Autor da Vida, conforme a boca do profeta: "Por isso, estou batendo palmas por causa do seu lucro vil e o derramamento de sangue em você. Pode sua coragem durar muito, e sua força continuar durante dias quando eu lidar com você? (Ezequiel 22:13-14)

A escuridão que vivemos dentro da clareza exposta, um dia será confrontada e, nesse dia, cairemos ou levantaremos. Então, que vivamos as leis e regras de D'us, pois há vida por intermédio delas.

De fato, não há parte no Reino para quem pratica aquilo que vai contra ao caráter do Altíssimo. Não existe separação para os que pecam contra a Lei de D'us. É sabido que a Lei não pode salvar, uma vez que o favor imerecido da Graça é dom de D'us. Ao mesmo tempo, a Graça nos impõe regras, e regras são MANDAMENTOS, quão paradoxo é o mundo na simplicidade da simples obediência ao Eterno!

Enfim, nas trevas apareceu a Luz, Yeshua é a Luz, Ele foi a manifestação da Torah em carne. NEle, não sou mais eu, mas Ele é em mim. Logo, se estou em Yeshua, estou na Torah, se estou na Torah, eu sou SANTO!

Shalom,

Rubens Rodrigues
18-03-2012

sábado, 17 de março de 2012

O som da minha alma


I HEARD MY SOUL SINGING behind a leaf, plucked the leaf, but then I heard it singing behind a veil, I tore the veil, but then I heard it singing behind a wall, I broke the wall, and I heard it singing against me. I built up the wall, mended the curtain, but I could not put back the leaf. I held it in my hand and I heard my soul singing mightily against me [...]
OUVI MINHA ALMA CANTANDO atrás de uma folha, arranquei a folha, logo ouvi ela cantando atrás de um véu, rasguei o véu, então a ouvi cantando atrás de um muro, quebrei o muro, aí ouvi ela cantando contra mim. Reconstruí o muro, remendei a cortina, mas não pude recolocar a folha. A segurei em minhas mãos e ouvi minha alma cantando poderosamente contra mim[...]
Leonard Cohen, Book of Mercy

O som de meu coração viaja pelos ares da vida na frequência dos Céus. Assim como o retorno daquilo que ele emana reflete ao que dele saiu, logo os sons da minha alma estão sempre cantando dentro de mim.

Quantas vezes não quebramos o que se reconstrói atrás dos instintos de um coração que pulsa pelo ser humano que somos?  Então chega o dia em que arrancamos a delicadeza da vida e a matamos dentro da ambição escondida em objetivos desobjetivados do ser que se chama EU.

Nesse dia, nossa emoção falsamente nos dá a sensação de arrependimento, mas, na verdade, estamos apenas com misericórdia de nós!

Ah Eterno, quero ouvir os sons da minha alma, são canções feitas por Ti. Minha natureza é Sua, somos parte do mesmo Ser. Sua Lei é a partidura que dá ritmo as batidas do meu coração. Yeshua, seu filho, nosso grande maestro que faz a harmonia acontecer e logo estamos todos cantando juntos esperando o som da sua voz.

A minha alma canta e destrói as barreiras do mundo. Seu som se espalha pelos Continentes me fazendo acreditar que posso salvar a todos. Não seria assim, se não fosse por Ti. Que alegria há de viver se não for para acreditar que podemos chegar aos confins da Terra em um espaço pequeno reservado para o cultivo de certos amores que nos faz existir?

Logo olho para trás e espero não ter arrancado a pequena folha de sua raíz. Espero não ter tirado seu nutriente que vem do trono do meu D'us. A força que adquiro não pode ter poder de quebrar os caules da verdade.

Adonai, meu D'us, minha alma canta poderosamente contra mim, então me lave, para que eu possa permanecer plantado à Sua raiz Israel.

B'Shem Yeshua háMashiach

Rubens Rodrigues
17-03-2012

domingo, 22 de janeiro de 2012

Minhas Cartas para D'us (1)

Estava pensando nos últimos  3 ou 4 meses sobre o que escrever. Andei lendo sobre muitas coisas, principalmente a Torah e Yeshua. Engraçado que, não importa o que eu leia, a minha forma de interpretar as coisas estão sempre relacionadas à vida que estas coisas transmitem.

Devo ter entrado em paranóia geral, pois a cada dia que passa eu estou tão fora do mundo real que, muita das vezes, me pergunto: Por quê ainda estou aqui? Obviamente que as diversas respostas que respondem a essa pergunta são totalmente conhecidas, porém gostaria de dar um sentido mais vivo a essa jornada que, tenho certeza absoluta, carrega pessoas que em certos momentos não acham sentido na vida, sentidos os quais nenhuma religião pode dar.

O que importa para nós? A vida seria apenas um tempo para buscar realizações? Um tempo para ser gasto, em sua maioria, em atividades que alimentam o ciclo comum de um ser-humano que acorda, trabalha, dorme e, bravamente, caminha apenas para sua morte?

Existe uma linha tênue entre o "conhecereis a verdade" e o "viver a liberdade". Não há sentido em figurar o próprio ser dentro de um modelo de vida tido como divino, encaixar-se dentro de uma sociedade diferente, porém separatista por natureza, aonde falam de princípios vivos, mas montam um mundo igual ao de fora, fantasiado de céu.

Realmente penso que perdi tempo nos últimos meses. Perdi a chance de conhecer mais ao Eterno. Olhei para o lado e vi ódio, tornei minha face para o outro lado e vi o prazer. Quando olhei para trás, vi uma matriz que carregava seguidores do dia-a-dia, seres que davam sua vida em causas que não podem livrá-los da morte. A minha frente, nada pude ver, pois o que me cerca no mundo real são apenas fatores que tiram a esperança de viver. Obviamente que, também nesse ponto, existem muitas respostas elaboradas para dar algum sentido humano para a vida, porém lhe pergunto: Há sentido em viver essa vida mesquinha proposta em nossos dias? A resposta é: NÃO.

Eu sou triste em viver nessa época, nesse tempo, nesse fim. Estou triste em ver o testamento de Adonai aos homens em mãos tão imundas e mentirosas. Estou triste em ver uma sociedade cristã que cresce excluindo uns aos outros. Há quem leia isso e discorde, mas eu duvido que prove o contrário dentro do aspecto geral do dia que aqui escrevo esse texto.

Olhei para dentro do meu eu e minha mente voltou ao Deserto. Ouvi o Eterno falar, vi Adonai escrever. Observei haShem cuidando de nós. Vivi com Ele, andei com Ele, morri com Ele. Lembrei que essa tinha sido minha vida e que era boa. Ao abrir os olhos conclui:

- Que acima de mim, no meu andar, no meu deitar, no meu falar, no meu ensinar, no meu pensar e agir, no meu sorrir e chorar, não importa aonde eu esteja, desejando a morte ou vivendo a certeza, na força ou na fraqueza, confusão ou clareza, mas o que eu realmente vi, foi que o silêncio da minha boca me deram os melhores sorrisos de toda a vida, pois toda a minha ação aqui descrita só se fez verdadeira quando deixei o Eterno, apenas o Eterno, a minha falar.

Ah Eterno... Faça de meus caminhos os Teus caminhos, para que eu queira novamente viver. Me livra desse mundo que vive das aparências e do ter. Livra-me, principalmente, dos que usam Teu nome, mas não Te amam, pois não obedecem Teus mandamentos.

Se possível, Adonai, quando ler o que eu escrevo, esteja comigo!

Adonai ani ohev otcha.


Rubens Rodrigues
22-01-2012