Considerando korbanot (sacrifícios) como rituais que
aproximam o ser-humano de D’us, analogicamente podemos assumir que esta prática
é sempre necessária. Vaycrá
(Levítico) chama o povo para ser separado, distinto entre povos e santificado
para D’us.
Em sua carta aos Hebreus, a Brit Chadashá (Novo Testamento) relata
analogamente, através de seu ator, a posição de Yeshua como Kohen Eterno (Hebreus 7:21), ou seja,
embora agora exista um Sacerdote proveniente de tribo diferente, ou seja, fora
da linha de Aharon (Arão), verificamos que Yeshua passa pelo processo do
sacrifício para que o Objetivo da Torá passe a ser eficiente.
Em seu comentário da Brit Chadashá, David Stern escreve sobre
a mudança de Torá: “O termo metathesis
(do grego nomou metathesis – Mudança
de Torá) implica na retenção da estrutura básica da Torá, com alguns de seus
elementos sendo recompostos, porém não abolindo a Torá como um todo”. Com isto,
podemos entender que o sacrifício de Yeshua foi definitivo, pois seu sangue
libertou seu povo para sempre, uma vez que sem sangue, não há remissão de
pecados (Hebreus 9:22).
Esta mudança da Torá quanto
aos sacrifícios não faz com que os sacrifícios ainda não tenham uma função de
entendimento em nossas vidas. Como declara o autor de Hebreus no capítulo 8,
[...] se a primeira aliança não tivesse dado espaço para a descoberta de erros,
não haveria a necessidade de uma segunda aliança [...]. A Torá tem em si uma
sombra das coisas boas que virão (Hebreus 10:1), ou seja, ao navegarmos nas
palavras do Eterno conseguimos perceber que o povo foi sendo preparado para que
conceitos fossem introduzidos e praticados, a fim de levar o ser-humano a ter
um entendimento de um breve porvir.
Partindo do leve para o
pesado, se por meio de sangue de animais a pureza exterior do homem era
restaurada, quanto mais o sangue do Messias, que tem o poder de purificar a alma
(Hebreus 9:14).
Quando D’us nos chama ele
estabelece: “Sejam santos, pois eu Adonai, o D’us de vocês, sou santo”. O
sacrifício de Yeshua nos aproximou do Pai, porém existem regras, ordenanças e
mandamentos para que possamos persistir em Suas Tendas. Quando nascemos de
novo, em Espírito, não prepondera mais em nós a natureza do pecado, porém ainda
temos uma tendência para o mal, já que vivemos em um corpo predestinado a
morte. Sacrifícios são necessários todos os dias para que não percamos aquilo
que pela Graça nos foi dado, e esta cerca que nos protege é a Santa Lei de
D’us.
Texto baseado em trabalho do próprio autor que aqui escreve.
Rubens Rodrigues
07-04-2014