domingo, 22 de janeiro de 2012

Minhas Cartas para D'us (1)

Estava pensando nos últimos  3 ou 4 meses sobre o que escrever. Andei lendo sobre muitas coisas, principalmente a Torah e Yeshua. Engraçado que, não importa o que eu leia, a minha forma de interpretar as coisas estão sempre relacionadas à vida que estas coisas transmitem.

Devo ter entrado em paranóia geral, pois a cada dia que passa eu estou tão fora do mundo real que, muita das vezes, me pergunto: Por quê ainda estou aqui? Obviamente que as diversas respostas que respondem a essa pergunta são totalmente conhecidas, porém gostaria de dar um sentido mais vivo a essa jornada que, tenho certeza absoluta, carrega pessoas que em certos momentos não acham sentido na vida, sentidos os quais nenhuma religião pode dar.

O que importa para nós? A vida seria apenas um tempo para buscar realizações? Um tempo para ser gasto, em sua maioria, em atividades que alimentam o ciclo comum de um ser-humano que acorda, trabalha, dorme e, bravamente, caminha apenas para sua morte?

Existe uma linha tênue entre o "conhecereis a verdade" e o "viver a liberdade". Não há sentido em figurar o próprio ser dentro de um modelo de vida tido como divino, encaixar-se dentro de uma sociedade diferente, porém separatista por natureza, aonde falam de princípios vivos, mas montam um mundo igual ao de fora, fantasiado de céu.

Realmente penso que perdi tempo nos últimos meses. Perdi a chance de conhecer mais ao Eterno. Olhei para o lado e vi ódio, tornei minha face para o outro lado e vi o prazer. Quando olhei para trás, vi uma matriz que carregava seguidores do dia-a-dia, seres que davam sua vida em causas que não podem livrá-los da morte. A minha frente, nada pude ver, pois o que me cerca no mundo real são apenas fatores que tiram a esperança de viver. Obviamente que, também nesse ponto, existem muitas respostas elaboradas para dar algum sentido humano para a vida, porém lhe pergunto: Há sentido em viver essa vida mesquinha proposta em nossos dias? A resposta é: NÃO.

Eu sou triste em viver nessa época, nesse tempo, nesse fim. Estou triste em ver o testamento de Adonai aos homens em mãos tão imundas e mentirosas. Estou triste em ver uma sociedade cristã que cresce excluindo uns aos outros. Há quem leia isso e discorde, mas eu duvido que prove o contrário dentro do aspecto geral do dia que aqui escrevo esse texto.

Olhei para dentro do meu eu e minha mente voltou ao Deserto. Ouvi o Eterno falar, vi Adonai escrever. Observei haShem cuidando de nós. Vivi com Ele, andei com Ele, morri com Ele. Lembrei que essa tinha sido minha vida e que era boa. Ao abrir os olhos conclui:

- Que acima de mim, no meu andar, no meu deitar, no meu falar, no meu ensinar, no meu pensar e agir, no meu sorrir e chorar, não importa aonde eu esteja, desejando a morte ou vivendo a certeza, na força ou na fraqueza, confusão ou clareza, mas o que eu realmente vi, foi que o silêncio da minha boca me deram os melhores sorrisos de toda a vida, pois toda a minha ação aqui descrita só se fez verdadeira quando deixei o Eterno, apenas o Eterno, a minha falar.

Ah Eterno... Faça de meus caminhos os Teus caminhos, para que eu queira novamente viver. Me livra desse mundo que vive das aparências e do ter. Livra-me, principalmente, dos que usam Teu nome, mas não Te amam, pois não obedecem Teus mandamentos.

Se possível, Adonai, quando ler o que eu escrevo, esteja comigo!

Adonai ani ohev otcha.


Rubens Rodrigues
22-01-2012